Ambientalista denuncia poluição na Laguna de Araruama com imagens aéreas

Ambientalista denuncia poluição na Laguna de Araruama com imagens aéreas

    No Dia Mundial do Meio Ambiente, Ernesto Galiotto lança documentário com imagens inéditas que evidenciam esgoto in natura na laguna e impactos nas praias de Cabo Frio.

    Por: Paulo Roberto Araújo e Andreia Constâncio.

    No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, o ambientalista Ernesto Galiotto lança um documentário que evidencia a poluição na Laguna de Araruama. Utilizando seu monomotor “Mico-Leão Voador”, Galiotto capturou imagens aéreas no dia 13 de abril, quando a maré estava excepcionalmente baixa, revelando esgoto in natura em diversas áreas da laguna e seus efeitos nas praias oceânicas de Cabo Frio.

    Com mais de 30 anos de atuação na defesa ambiental da Costa do Sol, Galiotto já realizou 45 sobrevoos documentando crimes ambientais na região. Em breve, ele pretende lançar um segundo documentário comparando fotografias da laguna de três décadas atrás com as atuais, destacando mudanças e persistentes desafios ambientais.

    “Nestes 30 anos, nunca vi a maré tão baixa como no dia 13 de abril. O fenômeno facilitou a produção do documentário, com imagens inéditas que mostram claramente o esgoto in natura em várias partes da laguna. Gostaríamos de saber para onde foram os recursos investidos na despoluição da laguna. A agressão ambiental ainda é muito grande”, lamentou o ambientalista.

    As imagens também revelam que a poluição da laguna afeta as praias oceânicas, já que a Laguna de Araruama se conecta ao mar pelo Canal do Itajuru, em Cabo Frio, que recebe esgotos de bairros como Ogiva, Peró e Cajueiro.

    “O esgoto felizmente não chega às praias do Peró e das Conchas, mas é possível observar pequena quantidade de detritos na Praia Brava e uma poluição maior na Praia do Forte. Ao longo da costa, o mar escuro vai até a divisa com Saquarema. São resíduos não só da laguna, como também de empreendimentos novos lançados na região costeira”, explicou.

    Estudos recentes corroboram as observações de Galiotto. Pesquisas da Universidade Federal Fluminense apontam que a eutrofização da laguna é agravada pelo lançamento de esgoto e nutrientes como fósforo e nitrogênio, além da ação humana e mudanças climáticas. A ONG Nossa Lagoa Viva também denunciou o colapso ambiental da laguna, destacando que 67% das praias de Araruama estão impróprias para banho, segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

    A situação da Laguna de Araruama, a maior laguna hipersalina do mundo, é preocupante. Com 220 km² de extensão, ela desempenha um papel crucial para a economia e o ecossistema local. A divulgação do documentário de Galiotto visa chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a urgência de medidas eficazes na preservação desse importante patrimônio natural.

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